A polícia prendeu ontem Alessandro Aparecido Marques Gonçalves, 29, acusado de usar um CRM (registro de médico) clonado e atender pacientes em três hospitais particulares da capital e na Santa Casa de Lins (446 km de SP). Ele usava o registro de um médico da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) que tinha o nome semelhante ao seu.
Gonçalves, que não quis falar com os jornalistas, atuava como ortopedista nos Hospitais Vasco da Gama e Vila Matilde, ambos na zona leste, e Pan-americano, na zona oeste. No Vasco da Gama e no Pan-americano, ele havia sido contratado por empresas terceirizadas e trabalhava na triagem dos pacientes desde janeiro.
Segundo o delegado Antônio de Olim, Gonçalves havia sido foi detido em Belo Oriente (MG), acusado de exercer ilegalmente a medicina. Nesse caso, a pena foram cestas básicas. Ontem, ele foi autuado por falsidade ideológica. Se for condenado, pode pegar até cinco anos de prisão.
A investigação começou em Lins. Depois de dez dias de buscas em São Paulo, a polícia o prendeu no Vasco da Gama, à tarde. Pela manhã, ele havia atendido 30 pacientes. A polícia acredita que o acusado ganhava até R$ 10 mil por mês realizando plantões.
O Vasco da Gama disse que se considera “vítima" do acusado e que ele foi contratado por meio de uma empresa chamada Amot. O Pan-americano afirmou que o "médico" era funcionário da empresa RLF. A reportagem procurou por representantes do Hospital Vila Matilde, da Amot e da RLF, mas ninguém foi encontrado.