A humanização dos ambientes hospitalares tem sido uma característica cada vez mais marcante nos projetos arquitetônicos para edifícios de saúde. Mas, além de enfatizar o conforto de pacientes, esses projetos agora procuram contemplar de maneira mais enfática outros usuários: os acompanhantes e a equipe hospitalar. Novos padrões vêm transformando os edifícios, que agora passam a abrigar áreas diferenciadas, que oferecem mais conforto aos acompanhantes de pacientes e mais praticidade a médicos, equipe e funcionários do hospital.
“Com certeza, o estresse do dia-a-dia no hospital por parte dos seus diversos colaboradores e usuários necessita de atenção especial com a criação de áreas para recreação e descanso, grêmios e laboraterapia. Em relação ao público acompanhante é este que na verdade observa os detalhes da estrutura hospitalar, como limpeza, atenção da recepção, qualidade da comida e humanização dos ambientes”, afirma Sérgio Paulo Alves dos Reis, da empresa Emed Arquitetura Hospitalar, em São Paulo.
Entre os projetos de sua empresa, o Hospital Falopa, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, teve sua uma implantação estudada para garantir privacidade no acesso dos médicos proprietários e conforto na recepção e nas salas de esperas diferenciadas por especialidades.
Para a arquiteta Célia Duarte Schahin – cuja empresa, em São Paulo, já realizou diversos projetos na área de saúde – um projeto que contemple a valorização de todos os usuários deve ter como premissa: diminuir o nível de estresse do paciente; fazer com que o acompanhante tenha confiança; auxiliar o serviço de enfermagem; simplificar o trabalho do médico e dar retorno ao hospital. No Hospital Santa Paula, em São Paulo, por exemplo, o médico pode contar no Centro Cirúrgico com uma sala de conforto exclusiva, que simula uma sala vip de aeroporto com vídeo, lanche, computador e acesso à Internet.
Célia explica que o tema humanização deve englobar hoje também as necessidades de acompanhantes e equipes médicas. “Os hospitais contam com uma hotelaria muito mais humanizada, recepções aconchegantes, cafeterias, brinquedotecas, solariuns, serviços de vallets e quartos de internação com requintes que os desassociem do ambiente frio dos antigos hospitais”.
CONFORTO DO AMBIENTE
Confira alguns aspectos apontados pela arquiteta Célia que são fundamentais para contemplar o conforto do médico:
Facilidade de acesso ao estacionamento e livre acesso ao percurso a ser percorrido.
Facilidade de acesso aos prontuários dos pacientes no mesmo local da prescrição médica junto ao posto de enfermagem.
Local para conforto médico ou área para café, Internet, estudo e pesquisa.
Recebimento de exames de imagens e de laboratório via Internet.
Possibilidade de um caixa avançada de banco.
O uso de pia nos apartamentos e nas circulações para facilitar a higienização constante das mãos dos médicos e da enfermagem, prevenindo a infecção hospitalar.
As salas de cirurgia devem ter o sistema conectado a um “no break” , pois caso haja falta de energia não é necessário esperar a entrada do gerador.
Sala de Telemedicina para a prática da segunda opinião.