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CRM-PR e PUC promovem curso de formação em Bioética

Com o intuito de promover um estudo contínuo e aprofundado e também ampliar as pesquisas em Bioética, o Conselho Regional de Medicina do Paraná e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná organizaram um Programa de Formação Continuada em Bioética para 2006. Durante oito meses, de março a novembro (com pausa em julho), profissionais de saúde e interessados poderão participar de palestras e debates que abordarão temas atuais e trarão renomados profissionais para abordá-los. Reprodução Humana, Morte, Pesquisa e Religião são alguns dos temas que tem como objetivo ampliar e dar consistência ao debate, que já ocorre em várias instituições de Curitiba e Região. Para médicos, as inscrições serão gratuitas e deverão ser realizadas através do site do Conselho (www.crmpr.org.br).
O Prof. José Eduardo de Siqueira, coordenador da Câmara Técnica de Bioética do Conselho de Medicina e presidente do Sociedade Brasileira de Bioética, ministrará a primeira palestra, realizada em 25 de março, que versará sobre “Perspectivas da Bioética no Brasil”. O programa terá carga horária de 40 horas e ocorrerá uma vez por mês (sábado), das 9 às 13h, no auditório do Conselho de Medicina. Confira no site do Conselho
a programação das atividades para 2006.
As atividades serão transmitidas pelo sistema de videoconferências às Regionais do Conselho que se situam em cidades do Estado que contam com faculdades de medicina, o que permitirá ampla participação dos interessados em pontos estratégicos de formação profissional. A iniciativa visa não somente proporcionar educação continuada em ética/bioética, mas orientar os médicos paranaenses em tomadas de decisões difíceis que envolvem riscos de eventuais processos por erro médico.

Iniciativa pioneira
“O CRM-PR toma iniciativa pioneira no Brasil, oferecendo oportunidade para que acadêmicos e egressos de nossas faculdades possam debater com bioeticistas de reconhecida competência temas que envolvem tomadas de decisões clínicas em situações de conflitos morais”, afirma o médico José Eduardo de Siqueira. Para ele, o ensino de ética nas escolas de medicina do Brasil caracteriza-se ainda por uma visão marcadamente deontológica, o que é necessária, mas não suficiente para atender as necessidades de formação do profissional na atualidade. Na sua opinião, o modelo clássico de ensino da ética através da disciplina de Medicina Legal e Deontologia tornou-se insuficiente para atender a necessária formação humanista do médico, já que perdeu a capacidade de resposta para os dilemas morais apresentados pelos avanços da ciência, em especial pelas novas tecnologias aplicadas à biomedicina. “Basta considerarmos as tomadas de decisões frente ao abortamento, a distanásia, a redução embrionária, a alocação de recursos em saúde, ao suicídio assistido e a clonagem humana, para percebermos quão limitada é a contribuição oferecida pela deontologia”, explica. “A busca de soluções a este desafio terá de passar não só pela reestruturação do aparelho formador, mas, particularmente, pela escolha de uma metodologia de ensino da ética que se adeque aos novos questionamentos apresentados pela sociedade – o que necessariamente incluirá a integração de diferentes disciplinas acadêmicas no sentido de facilitar o reconhecimento do ser humano em sua complexa realidade biopsicosocial”, completa.