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Curitiba realiza esforços para garantir maior eficiência do segmento hospitalar

Curitiba realiza esforços para garantir maior eficiência do segmento hospitalar

Luis Rodrigo Milano,
diretor financeiro da Fehospar

O diretor financeiro da Fehospar (Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná), Luís Rodrigo Milano, descarta que o sistema hospitalar de Curitiba enfrente uma crise de prestação de serviços. Ele reconhece, no entanto, que o segmento passa por um momento de desequilíbrio e assegura que esforços para garantir maior eficiência já estão em andamento.

“Não há uma crise efetiva dos hospitais, mas sim uma movimentação no mercado. Há um desequilíbrio nessa cadeia, que terá de se regular tanto na parte privada quanto na pública. É um movimento lento, gradual, mas que já se iniciou”, diz Milano, que participou nesta sexta-feira (15/08) de reunião do comitê de Saúde da Amcham-Curitiba.

Segundo o diretor, as dificuldades que o setor enfrenta vêm principalmente da insuficiência dos recursos diante dos elevados custos operacionais.

Como passos para a melhoria o quadro, Milano indica que o gestor deve buscar conhecer bem o segmento e aperfeiçoar a prestação de serviços. O papel da população, por sua vez, está em exigir uma maior efetividade desses fornecedores e ter bom senso no uso do sistema de saúde.

Outro lado

O presidente do comitê de Saúde da Amcham-Curitiba, o médico Luiz Antônio Negrão Dias, tem uma visão diferente quanto ao quadro. Para ele, os hospitais curitibanos passam, sim, por uma crise intensa. Ele vê, aliás, uma crise nacional no segmento.

Dias conta que em 2005 os problemas já ganhavam destaque e começavam a ser divulgados por médicos e gestores de hospitais. Nos meses de outubro e novembro daquele ano, associações e confederações do ramo chegaram a realizar protestos e paralisações em todo o País. Hoje, passados mais de três anos, os problemas prosseguem.

“De lá para cá, tivemos apenas promessas. Nada significativo foi implantado. A tabela não sofreu reajuste e tampouco temos previsão de quando isso acontecerá”, lamenta. Em sua avaliação, boa parte dos novos projetos está na dependência de a regulamentação da Emenda Constitucional 29 de 2000 (EC 29/00) ser aprovada. O texto define percentuais mínimos do orçamento federal específicos para a área de saúde, o que beneficiaria o setor público, o que mais sofre com a crise dos hospitais.

“Para se ter uma idéia, o repasse do SUS é de cerca de apenas 60% dos valores gastos pelas instituições médicas filantrópicas, que resistem até onde podem. Já na saúde suplementar, a situação é um pouco melhor, mas ainda sim apenas grandes companhias conseguem se manter”, avalia.

Com relação à regulamentação da Emenda 29, Dias se mostra pessimista. Para ele, a postura do governo federal de só aceita-lá mediante a criação de uma nova taxa (a CSS – Contribuição Social para a Saúde) faz com que todo o processo deixe de ser objetivo.