O diretor-presidente do laboratório Enila, Márcio D’Ica-rahy, e o chefe da Divisão Química, Antônio Carlos da Fonseca Silva, foram condenados a 20 e 22 anos de prisão, respectivamente, pela contaminação do medicamento Celobar, que causou a morte de pelo menos nove pessoas em
Em 2003, o Enila fez experiências químicas para transformar carbonato de bário em sulfato de bário – princípio ativo do Celobar, importado da Alemanha -, sem ter o registro necessário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O carbonato de bário é usado como veneno de rato e impróprio para uso humano.
Contaminação
Em maio, o setor de farmácia do Enila encontrou colônias de bactéria próximas do limite recomendado no lote n° 3040068 e determinou que os 4.500 frascos não fossem comercializados, até novo teste. Quando o exame conclusivo apontou para contaminação, os medicamentos já haviam sido distribuídos para todo o País. De acordo com a ação, o químico Silva autorizou a venda do medicamento.
Reportagens da época apontavam para 22 mortes relacionadas ao remédio, usado em contraste radiológico. Na ação que correu na 38.a Vara Criminal, o juiz D’Oliveira se refere a nove mortes – uma no Rio de Janeiro e oito em Goiás.
D’Icarahy e Silva negaram que as experiências químicas tivessem por objetivo substituir a matéria-prima do Celobar, importada. Disseram que pretendiam obter nova substância para outro medicamento. A tese, defendida pelo advogado Paulo Henrique Rocha Lins, não convenceu o juiz.