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Falso médico é detido em Prudentópolis

 

A polícia deteve em Prudentópolis (64 km a leste de Guarapuava), um estudante de 23 anos, acusado de se fazer passar por médico oftalmologista. Segundo a polícia, o rapaz estava atendendo em uma clínica da cidade, que oferece planos de assistência familiar. Os proprietários e responsáveis pela clínica também responderão a inquérito policial por estelionato, uma vez que teriam conhecimento de que o estudante não era médico.
A polícia recebeu uma denúncia sobre o falso médico anteontem de manhã e à tarde esteve na clínica, onde comprovou a irregularidade. Na delegacia, o estudante afirmou que está fazendo um curso de Optometria em Santa Catarina e que estaria fazendo um ”estágio” na clínica.
Segundo o delegado de Prudentópolis, Ricardo de Miranda Monteiro, a clínica chegou a veicular propaganda em duas rádios locais chamando a população para fazer o convênio e realizar as consultas com o suposto oftalmologista. Ontem a polícia começou a ouvir pacientes atendidos por ele, os quais apresentaram inclusive receituários para uso de óculos, atividade que não pode ser exercida pelos técnicos em optiometria.
"Os pacientes acreditavam que ele era oftalmologista. Tem o caso de uma criança de seis anos para quem ele receitou óculos”, diz o delegado. Outra irregularidade constatada foi a vinculação entre as consultas e venda de óculos. Em uma sala ao lado do consultório, era feita a venda de óculos.
O estudante prestou depoimento e foi liberado, mas ele assinou um Termo Circunstanciado e será indiciado por exercício ilegal da medicina, podendo pegar de seis meses a dois anos de prisão.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina (CRM), freqüentemente são flagradas situações de exercício ilegal da profissisão. Isso ocorre principalmente em pequenos municípios, onde o risco da prática ser descoberta é menor. A discussão sobre a competência do técnico em optometria e o oftalmologista também é antiga. “A receita de avaliação de distância focal tem que ser acompanhada de outros estudos, e um técnico não pode identificar uma patologia”, justifica o presidente do CRM, Hélcio Bertolozzi Soares.
Para evitar essas situações, o CRM orienta as instituições de saúde a consultarem o órgão antes de contratar algum profissional. O CRM também orienta os profissionais para que fiquem atentos ao aparecimento de novos médicos em suas cidades. Em caso de suspeita, os pacientes também podem contatar o CRM para se certificar sobre um determinado médico e sua especialidade.