Na tarde de ontem (22 de maio), a reportagem da Folha de Londrina percorreu os hospitais londrinenses e constatou um problema que está se tornando comum em Londrina: faltam leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para usuários do Sistema Único de Sa© úde (SUS). No Hospital da Zona Sul (HZS), classificado como de nível secundário por não ter Unidade de Terapia Intensiva, um senhor de 80 anos de idade, com quadro hemorrágico, aguarda desde quarta-feira por uma transferência. Enquanto não surge uma vaga, médicos e enfermeiros fazem o possível para dar o atendimento adequado ao doente.
”É uma situação muito difícil. Não temos a estrutura de um hospital terciário para manter um paciente que necessita de uma vaga em Unidade de Terapia Intensiva”, destacou o diretor clínico do HZS, Marcelo Mendonça. Como exemplo, ele citou o fato de o hospital possuir apenas um respirador para atender aos casos de emergência. No momento, esse equipamento está sendo utilizado pelo senhor que está na ”UTI provisória”.
”Fazemos o melhor para o paciente que está conosco e precisa de uma UTI; a nossa estrutura é muito boa, mas não para atender casos que necessitam de atendimento terciário. O que precisamos, é de um canal mais rápido com os hospitais que possuem UTIs para agilizar a transferência”, complementou Mendonça.
No entanto, a situação dos hospitais terciários também é delicada. No Hospital Universitário (HU), uma senhora de 55 anos, com câncer de pulmão, aguarda, há 12 dias, uma vaga de UTI em um leito montado no Pronto Socorro. Um outro paciente, o lavrador Manoel de Moura, 66, com quadro de pneumonia, também espera por uma vaga. ”Seria muito bom se o governo pudesse melhorar esta situação. Eu espero em Deus e na classe médica para sair desta difícil situação de sa© úde”, comentou Moura, destacando que, no entanto, está sendo bem atendido.
No Hospital Evangélico de Londrina (HEL), de acordo com informações da assessoria de imprensa, todos os 20 leitos de UTI estavam ocupados e um paciente que havia chegado ao Pronto Socorro com quadro de parada cardíaca no período da manhã aguardava por uma vaga.
Na Santa Casa, outros quatro pacientes aguardavam vaga de atendimento intensivo, de acordo com informações do supervisor de enfermagem de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Marcelo Ruela de Oliveira, que faz o controle das vagas de UTI em Londrina, Cambé e Ibiporã.
Somente no Hospital Zona Norte (HZN) nenhum paciente aguardava por vaga em UTI.