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Hospitais querem novo modelo para a saúde

O número de pessoas com plano de saúde caiu em mais de 20%, no ano passado. Esse índice reflete bem a atual crise do sistema de saúde privada, no Brasil, onde são penalizados usuários, operadoras de planos de saúde, médicos e hospitais. Para discutir este quadro, representantes dos maiores hospitais do País, filiados à Associação Nacional dos Hospitais Privados (ANAHP), discutiram nesta última sexta-feira, no Recife, possíveis alternativas para a sobrevivência do setor, no Simpósio Científico Nacional promovido pelo Hospital Santa Joana.
Questionado se a sobrevivência da saúde privada, no Brasil, depende de um novo modelo de relacionamento entre fornecedores de serviços, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e fontes pagadoras, um dos vice-presidentes da ANAHP Maurício Ceschin foi categórico. “A resposta é sim. A sobrevivência da saúde privada está relacionada a um novo modelo. O Brasil investe de 4% a 6% do seu Produto Interno Bruto (PIB) na área de saúde, o equivalente a US$ 35 bilhões por ano, enquanto os Estados Unidos aplicam US$1,4 trilhão”, criticou.
Na opinião Ceschin, os problemas são: excesso de oferta de hospitais, o custo elevado no sistema de saúde, o comportamento da medicina – que privilegia a cura e não a prevenção -, o envelhecimento tardio, entre outros. “Como conseqüências, posso citar preços elevados na saúde, diminuição de número de usuários e impossibilidade de ampliação de planos de saúde para baixa renda”, apontou. Para o médico, a alternativa está relacionada à criação de parcerias, alinhando interesses de todos os agentes focando no cliente. “Outro ponto é agregar valores, buscando melhores resultados”.
Outro vice-presidente da ANAHP, Adriano Londres, destacou dois pontos para a redução de usuários de plano de saúde. “O primeiro motivo é a ausência de crescimento econômico do País. O Brasil cresce 2% ao ano, o que dificulta a adesão de usuários aos planos de saúde. Além disso, o custo da saúde vem aumentando devido à compra de equipamentos tecnológicos”, ressaltou. Como solução, ele apresentou o modelo de “desospitalização”. “Como exemplo, posso citar o hospital residencial que é uma assistência médica eficiente e com menores custos”, defendeu.