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Hospital São Lucas de Laranjeiras luta para manter portas abertas

A direção do Hospital São Lucas de Laranjeiras do Sul iniciou neste mês uma campanha de sensibilização para manter o funcionamento do Hospital. Há dez anos, a situação financeira da instituição vem se agravando devido a defasagem na tabela de procedimentos pagos pelo governo e pela liberação de número reduzido das Autorizações de Internamentos Hospitalares (AIHs).

Todavia, conforme o diretor geral Carlos Felipe de Sio, a situação não é só do São Lucas, mas de toda a rede hospitalar do Paraná, principalmente em municípios de pequeno e médio porte. “Os grandes não atendem e não precisam do SUS, mas em Laranjeiras, a maioria das pessoas não possuem convênio e não têm condições de pagar particular”, disse.

A história da instituição em Laranjeiras é de 43 anos como São Lucas e mais dois anos como Casa de Saúde Santana. Mas mesmo assim, atualmente a situação está cada vez mais complicada, com a falta de reajuste dos valores pagos pelo governo, apesar do aumento do preço do material utilizado e da remuneração dos profissionais. “Não quero nem pensar no fechamento do hospital. É uma referência do município e de minha vida”, reluta o médico Dr. Felipe. “Mas temos que ser realistas”, conclui ele, que pedirá ajuda às lideranças políticas e o apoio da população para superar esta fase.

AIHs

As 203 AIHs repassadas mensalmente pela secretaria de Estado da Saúde ao Hospital São Lucas não cobrem os internamentos mensais. Até ontem (dia 7 de novembro), já eram 300 internamentos. “Tenho certeza que até o final do mês passará dos 500, acumulando para o mês de dezembro”, afirma Dr. Felipe. As AIHs destinam-se ao atendimento de pacientes dos municípios de Laranjeiras do Sul, Marquinho, Nova Laranjeiras, Rio Bonito do Iguaçu, Porto Barreiro e Virmond em direferentes especialidades. “É frequente pessoas procurarem o hospital durante a noite. Nosso plantão 24 não tem um ano. Temos 43 anos de plantão 24 horas”.

Prejuízo

O prejuízo fica maior nas cirurgias. Os repasses do Sistema Único de Saúde não cobrem nem as despesas do hospital. No último período – de 01/10/2005 a 31/10/2006 – foram 739 crianças nascidas vivas (o SUS paga R$ 120 por um parto), 540 cirurgias, e 4.235 internamentos. Destes, apenas 132 foram através de convênios. “Isso é pouco caso com a situação dos hospitais. É necessário mais comprometimento tanto dos prefeitos quanto dos governantes”, defende o médico Januário de Sio Neto.