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Instituições hospitalares com dívidas de R$ 20 bilhões

R$ 20 bilhões. Esta é a dívida estimada dos hospitais privados lucrativos, que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo a Federação Brasileira dos Hospitais (FBH). Deste montante, entre R$ 7 e R$ 8 bilhões deveriam ser pagos somente à Previdência Social.
A defasagem entre o que o governo federal paga e o real custo dos tratamentos, está fazendo com que as instituições se endividem cada vez mais. Isso resulta em fechamento de leitos e hospitais que deixam de atender pelo SUS em todo o Brasil. Atualmente, 3.495 hospitais privados atendem pelo sistema em todo o País, e fazem 30,4 milhões de procedimentos por mês, aproximadamente. Os constantes aumentos dos custos da área médica e a falta de reajustes criam uma equação difícil de ser resolvida pelas instituições.
Nos últimos anos, somente 19,4% dos procedimentos foram reajustados, mas em índices muito pequenos, que quase não fizeram diferença para os hospitais. “Esta situação inviabiliza uma empresa. É um processo de asfixia. À medida que não ocorre o reajuste, há dissídios coletivos para aumentar os salários dos funcionários, que representam entre 50 e 60% dos custos dos prestadores de serviço, fora os aumentos enormes de materiais e medicamentos. São muitos gastos”, afirma Eduardo de Oliveira, presidente da FBH.
Os últimos estudos da entidade, de 2004, apontam que 100 mil leitos foram fechados nos últimos três anos na iniciativa privada, sendo que o processo de declínio continua permanente.
“A situação está difícil. Chegamos a ter 500 mil leitos do SUS em 1995. Hoje, são 340 mil e, nos últimos anos, a queda se acentuou. O que chama a atenção é que a diminuição dos leitos recai na iniciativa privada. Os hospitais públicos talvez até tenham aumentado o número de leitos discretamente”, comenta Oliveira.
Hoje, do total de leitos oferecidos, 62,5% estão em hospitais privados. Anos atrás, a participação era de 75%. Apesar deste quadro, ele ressalta que a queda no número de leitos nos hospitais é um fenômeno mundial em virtude da tecnologia, que substitui alguns procedimentos. Exemplos disso é a diminuição do tempo de internação e pacientes que passam por intervenções cirúrgicas e voltam para casa no mesmo dia.