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Ministro faz visita em meio a crise

O motivo da visita do ministro da Saúde, Humberto Costa, ontem, ao Recife, era um seminário sobre ”programas para um país digno”. Em vez de ser acolhido com uma recepção calorosa pela população atendida pelo SUS por causa da inauguração de quatro novos centros especializados em saúde odontológica do programa do governo federal Brasil Sorridente, o ministro enfrentou situação oposta. Os 38 cirurgiões dentistas e outros oito neurocirurgiões responsáveis pelo atendimento em emergências públicas anunciaram o pedido de demissão em massa.

Desde 20 de setembro, 21 médicos traumato-ortopedistas, três clínicos e um neurocirurgião já tinham pedido desligamento da rede pública, alegando falta de condições para o exercício de suas atividades. Ontem, o quadro se agravou.

O diretor do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, médico José Tenório, participou de um rápido encontro com o ministro da Saúde, mas nada ficou encaminhado. Humberto Costa, apontado como eventual candidato ao governo de Pernambuco em 2006, adota uma posição cautelosa diante da crise, que, para seus assessores, está ”restrita à pauta do Estado”.

O ministro da Saúde deixou claro que a questão envolve diretamente a equipe do governador Jarbas Vasconcelos e não deve ser tratada como um problema federal.

O secretário estadual de Saúde, Guilherme Robalinho, vem tentando minimizar o tamanho do problema, mas tem sido alvo de críticas ostensivas dos profissionais da saúde. Segundo o presidente do sindicato, a situação das categorias dos médicos, dentistas e enfermeiros vinculados aos quadros da saúde pública em Pernambuco tornou-se insustentável: salários muito baixos para trabalho demais. O governador Jarbas Vasconcelos está de férias em Lisboa e retorna na segunda-feira.

Para a implantação das unidades do programa Brasil Sorridente, o Ministério da Saúde teria repassado R$ 200 mil e se comprometido a liberar R$ 8,8 mil a título de custeio mensal.