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Movimento no RS tenta salvar hospitais

Com o objetivo de assegurar a sobrevivência do SUS no Rio Grande do Sul, foi lançado ontem, na Assembléia Legislativa, o Movimento Saúde para os Hospitais. A ação partiu de entidades representativas de médicos, hospitais e trabalhadores da saúde, durante audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente que discutiu a crise das instituições filantrópicas e das santas casas. Nos últimos quatro anos, houve o fechamento de mais de 2 mil leitos, demissão com extinção de vagas de 10 mil profissionais e encerramento das atividades de 13 hospitais.
O RS vive uma situação diferente dos demais estados. A rede filantrópica, formada por 239 hospitais, disponibiliza 66,6% dos leitos pelo SUS e soma 25 mil leitos. Em outras localidades, o setor público responde por 60% a 70% das internações, enquanto no Estado o índice fica em torno de 30%. ‘A gestão é mais um problema do poder público do que dos hospitais porque os governos não cumprem com seus orçamentos’, afirmou o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do RS, Francisco Ferrer.
Uma das principais reivindicações é o reajuste de 82% na tabela do SUS para suprir a defasagem. Para cada R$ 100,00 de custos dos hospitais com um paciente, ocorre a remuneração, em média, de R$ 55,00. O presidente da Sindicato Médico do RS, Paulo de Argollo Mendes, destacou que é preciso levar a preocupação à sociedade. ‘Muitas pessoas deixam de fazer um exame, sem saber que não foi porque não precisavam, mas porque o hospital não tinha condições de realizá-lo’, exemplificou.
Uma lista com oito soluções definitivas para a crise foi apresentada ontem aos deputados e ao secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis. As entidades pedem alternativa de financiamento e refinanciamento de dívidas, inscrição no Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, municipalização e regionalização e respeito aos direitos dos trabalhadores.
Gabbardo disse que a crise se deve a ‘sérios problemas de gestão’. Citou que boa parte tem dívidas impagáveis, que absorvem quase todos os recursos. Segundo ele, o Estado pediu o aumento do teto do SUS, negado pelo Ministério da Saúde. O RS recebe da União R$ 977 milhões/ano para a assistência médica e ambulatorial.