Crescimento de 8,5% e volume total de recursos de US$ 19 bilhões. Investimentos em tecnologia são diferenciais para o setor de saúde em 2004.
Sistemas de saúde públicos e privados investem cada vez mais em tecnologia para garantir mais rapidez e confiança a médicos e pacientes. De acordo com pesquisa da E-Consulting, os investimentos em tecnologia da informação em 2004, no Brasil, serão significativamente superiores a 2003. A consultoria estima um crescimento de 8,5% e um volume de recursos da ordem de US$ 19 bilhões. E o setor de saúde, visto como um dos maiores potenciais de crescimento, responderá por grande parcela desses investimentos.
Apesar das previsões otimistas para 2004, a realidade é que, até este momento, o Brasil acumula tristes índices. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é um dos países que menos realiza investimentos na área de saúde em todo o mundo. Na América Latina, somente Paraguai e República Dominicana ficam atrás do Brasil.
No entanto, ao que tudo indica, em 2004 esse quadro pode melhorar. Segundo dados do governo federal, o Sistema Único de Saúde (SUS) receberá em investimentos cerca de R$ 36,3 bilhões, com um aumento considerável nos investimentos nas áreas menos favorecidas do País (Norte, Nordeste e Centro-Oeste).
O SUS tem capacidade, segundo o Ministério da Saúde, de atender cerca de 75% da população brasileira. Porém, esse atendimento é precário em diversas regiões do País, o que faz com que, cada vez mais, o brasileiro procure por planos de saúde particulares. Para atender essa clientela existem cerca de 860 grupos de saúde privada no Brasil. Hoje, aproximadamente 42 milhões de brasileiros incluíram o novo gasto em seus orçamentos ou têm garantido o benefício por meio de sistemas de saúde em seus locais de trabalho.
Existe hoje um fator que vem tornando o atendimento público e privado um pouco mais próximo, mais igual: ambos os setores começam a despertar para a necessidade de investir em novos modelos de gestão, em atualização de processos e em tecnologia. O processo de informatização da saúde vive uma fase de transição no Brasil. São poucos os hospitais, por exemplo, que possuem níveis elevados de modernização em informática (apenas 10%), enquanto outros ainda adotam processos simples de administração de dados e atendimento ao paciente.
Dados do Ministério da Saúde mostram que 63% dos hospitais brasileiros não possuem nenhum tipo de informatização. Entre aqueles, porém, já sensibilizados com esta necessidade, verifica-se a tendência de adoção de sistemas complexos de gerenciamento, que incluem desde a manutenção da farmácia até o atendimento personalizado dos pacientes. A informatização dos sistemas de saúde, públicos e particulares, tem sido lenta, porém gradual, apoiada por empresas e profissionais cada vez mais especializados.