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Os números da saúde mental

O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP -, Josimar França, protocolou, no dia 5 de dezembro, no Ministério da Saúde uma pesquisa realizada pela entidade em parceria com o Instituto Datafolha. “Essa é mais uma colaboração da ABP para a construção das políticas públicas de saúde mental”, informou França. Segundo ele, uma das principais dificuldades do setor é a ausência de estatísticas claras e confiáveis e a pesquisa será uma ferramenta fundamental para corrigir essa deficiência. “Com isso, as ações poderão ser melhor planejadas e desenvolvidas”, acredita.

 

O estudo ouviu 207 médicos-psiquiatras e 2.267 pessoas sobre a sua percepção em relação ao atendimento aos pacientes com transtornos mentais no país. E os resultados comprovaram o que já vinham afirmando os médicos psiquiatras de todo o Brasil: os serviços são limitados e de difícil acesso, principalmente quando se fala em saúde pública.

NÚMEROS

 

Nos números levantados pelo Datafolha, 84% dos médicos afirmam que os serviços em sua região são limitados e não atendem às necessidades da população. Numa escala de 1 a 10 no quesito facilidade de acesso à assistência, deram a nota 4,5, com apenas 29% dos entrevistados considerando satisfatório o acesso ao atendimento. 85% dos psiquiatras consideram-se bem informados sobre as políticas públicas de saúde mental conduzidas pelo Ministério da Saúde.

NA POPULAÇÃO

 

Dos entrevistados, 9% afirmaram que ele próprio ou alguém da família sofreu de algum tipo de transtorno mental no último ano. Dessa parcela, 72% procuraram pelo atendimento no sistema público de saúde, 23% pelo sistema privado e 21% através de planos e/ou seguros de saúde. Dos usuários do sistema público, 7% não conseguiram atendimento, 47% acharam o acesso difícil e 45% fácil, o que bate com a opinião dos médicos ouvidos pelo Datafolha. A maioria consegue o atendimento, mas de forma difícil. o que é um agravante quando se fala em saúde mental.
“A população brasileira precisa de melhor qualidade no atendimento público”, diz o presidente da ABP. “Desde a sua fundação, a ABP sempre teve como preocupação as políticas públicas de atendimento na saúde mental e não apenas a formação e o aperfeiçoamento profissional. Os dados da pesquisa vão nos ajudar na promoção de campanhas em prol de uma melhor qualidade de vida para esses pacientes”, finalizou França ao protocolar o documento no Ministério da Saúde.

Para ver a pesquisa completa: www.abpbrasil.org.br/pesquisa