O Sindicato Brasiliense de Hospitais e Clínicas (SBH) divulgou ontem pesquisa onde avaliou quais os melhores e piores planos de saúde do Distrito Federal, do ponto de vista dos prestadores de serviço. Há dois rankings: um para planos comercializáveis, ou seja, que qualquer cidadão pode adquirir, e não-comercializáveis, aqueles exclusivos para funcionários de determinado órgão público. O ranking tem como base a relação entre prestadoras e operadoras durante o ano passado.
A avaliação, onde pesaram os critérios econômico-financeiros – valores pagos, reajustes de tabelas, importância da operadora no faturamento etc. -, elegeu a SulAmérica como a empresa melhor avaliada entre os planos comercializáveis, seguida pelo Bradesco Saúde e pela Medial. Na outra ponta, a Unimed-DF foi considerada a pior empresa, abaixo da AGF Seguros e da Blue Life, que também aparecem entre as operadoras com menores notas, segundo os prestadores.
Entre os planos exclusivos, a preferida dos hospitais e clínicas foi a operadora SIS/Senado, seguida pelo plano de saúde do Banco Central e a Capesaúde. A Geap, plano de grande parte dos servidores públicos federais, teve a pior avaliação entre as operadoras de planos não-comercializáveis, precedida pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e a Camb (policiais).
A pesquisa foi feita pela empresa Opinião Consultoria e tem como base levantamento semelhante realizado há três anos pelo sindicato de hospitais do Rio de Janeiro. ”Escolhemos os critérios econômicos que impactam no dia-a-dia dos hospitais e clínicas. Nossa intenção é divulgar o ranking todos os anos”, disse o presidente do SBH, Marcus Fábius Peixoto Leal.
O levantamento foi realizado entre os dias 8 de março e 22 de abril. Para fazer o ranking, foram ouvidas 21 clínicas e 15 hospitais, que representam 82% dos leitos particulares disponíveis no DF – a maioria (55% deles) fica no Plano Piloto.
Contradição
A pesquisa do SBH, no entanto, parece contradizer o que pensam algumas categorias de médicos do DF. Clínicos gerais, proctologistas, pediatras, otorrinos, urologistas, mastologistas, neurologistas, angiologistas e cirurgiões gerais, cardíacos e vasculares participam, desde o ano passado, de um protesto contra a SulAmérica, justamente a empresa melhor avaliada, de acordo com a pesquisa. Eles romperam os contratos e deixaram de atender pacientes pelo convênio.
A pressão é uma tentativa de conseguir reajuste no valor dos honorários pagos por consultas e procedimentos médicos. Como exigem um reajuste que chega a 80%, eles decidiram cobrar o valor que consideram justo diretamente dos clientes da operadora.
Apesar da intervenção do Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF), que tenta negociar um acordo entre as duas partes, até agora não houve acerto. A SulAmérica foi autorizada pelo MP-DF a procurar as categorias médicas separadamente e já conseguiu impedir que os oftalmologistas participassem do boicote. Segundo o superintendente regional da SulAmérica, Luciano Lima, a empresa vai divulgar nos próximos dias um sistema de atendimento alternativo aos clientes.