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PF prende 11 acusados de tráfico de rins

RECIFE – Onze pessoas acusadas de tráfico de órgãos foram presas ontem, pela Polícia Federal em Pernambuco – dez delas no Recife e uma em Bonito, no agreste. Segundo o superintendente regional da PF, Wilson Damázio, o grupo, comandado por dois israelenses, aliciava gente para a venda de rins. Depois de passar por exames médicos e teste de compatibilidade sanguínea, os candidatos aprovados eram levados a Durban, na África do Sul, onde se submetiam à cirurgia para retirada de um rim, pelo qual recebiam entre US$ 6 mil e US$ 10 mil. A estimativa da PF é de que mais de 30 pessoas venderam um rim.

As prisões e os mandados de busca em quatro residências foram determinados pela juíza federal Amanda Torres de Lucena. Os presos foram incursos nos artigos 14 e 15 da Lei 9.434/97 – sobre remoção e venda de órgãos – e por formação de quadrilha. A lei brasileira proíbe a comercialização de órgãos e tecidos – mesmo, como neste caso, sendo consentida – e só permite a doação, com consetimento da família no caso de alguém que morreu. Vale o mesmo para a doação intervivos, em que geralmente um parente doa um rim, parte do fígado ou medula para o paciente. A PF informa que todas as pessoas que venderam seus rins estão vivas e retornaram ao País.

A PF vinha investigando o caso havia nove meses, a partir de uma denúncia anônima enviada por e-mail. Wilson Damázio afirmou que o fato é inédito no País e que outras pessoas podem vir a ser indiciadas, já que as diligências continuam e a PF está entrando em contato com o adido policial da África do Sul e com a Interpol para ampliar as investigações. O caso está sob segredo de Justiça. Os nomes dos acusados não foram divulgados. Segundo ele, os israelenses vinham ao País para levar as pessoas aliciadas pelo grupo, chamado pela PF de “vendedores de rins”.