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Prevenção traz saúde e evita gastos desnecessários

            Em vez de reclamar dos médicos, dos custos, dos reajustes, os administradores da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) decidiram partir para outro enfoque na criação de um plano de saúde para seus filiados: a prevenção.

 

            A entidade, que reúne oito mil empresas no estado, trocou o convênio com dois dos planos mais conhecidos do mercado por um investimento de R$ 1,5 milhão na criação do primeiro plano de saúde de autogestão multipatrocinado do país. Inspirado no modelo inglês e canadense, o Firjan Saúde (nome comercial do plano) é uma associação sem fins lucrativos, cujos principais patrocinadores são a própria Firjan, o Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ) e o Serviço Social da Indústria (Sesi).

 

            Segundo Otelo Corrêa dos Santos Filho, diretor do plano, o Firjan Saúde está focado, além da prevenção, na medicina de família, cuidados domiciliares e num programa de descontos em medicamentos que vai de 25% a 30% em remédios de marca, 50% em genéricos até a gratuidade para os de uso contínuo de beneficiários inscritos no programa de gerenciamento de doenças crônicas.

 

            O sistema começa cadastrando e detalhando o perfil dos usuários e seu histórico de saúde por meio de um avançado sistema de tecnologia. Uma equipe de médicos e dentistas da rede credenciada recebe e atende a demanda que chega a um call center, por meio de um número 0800, que funciona 24 horas. Além dos credenciados, ainda há 22 médicos contratados pelo Sesi para atendimento domiciliar.

 

            "Se há uma emergência, claro, tem de ser atendido de emergência. Mas, se a pessoa está se sentindo mal, tem uma dor, quer fazer uma consulta, liga para o call center, expõe seu problema, o atendente encaminha para o especialista que já estará de posse do prontuário com todo o histórico daquela pessoa e indica o melhor tratamento. Se for necessário, o médico de família visita o paciente em casa", explica Sergio Bastos, diretor de Saúde da Firjan.

 

            Conhecer o paciente faz toda a diferença. Pelo sistema atual, os segurados recorrem as clínicas e prontos-socorros quando se sentem mal, e muitas vezes vão parar em médicos que não são os mais adequados para tratar seu problema. As operadoras e seguradoras de saúde queixam-se de que os médicos pedem um excesso de exames. Para Bastos, não há outro meio de um médico conhecer e tratar um problema de alguém que ele nunca viu, se não for via exames. Mas se ele já tem o histórico no sistema, o atendimento fica mais ágil, seguro e barato.

 

            A partir da primeira consulta com o médico de família, o usuário passa a ter um atendimento pró-ativo do plano: aviso das datas de exames periódicos e preventivos; gerenciamento de doenças crônicas, com visitas domiciliares de equipes treinadas para implantar programas de educação em saúde e monitoramento telefônico por enfermeiras, além do contato permanente com o médico de família. "O objetivo é evitar que as pessoas tenham que ser internadas, evitar que elas fiquem doentes", afirma o diretor da Federação.

 

            O Firjan Saúde é voltado para as micro e pequenas indústrias que formam mais de 70% dos filiados à federação. Em uma pesquisa realizada para dar suporte à criação do plano, foi demonstrado que 65% das indústrias de pequeno e médio portes do estado não têm planos de saúde para seus funcionários, devido ao alto custo do serviço e o baixo poder de barganha que uma empresa com cinco ou dez funcionários tem junto às operadoras. Desde que foi lançado, no início de fevereiro, o Firjan Saúde já obteve 11 mil segurados e segundo Bastos, a idéia é chegar a 100 mil até o final de 2006 e 600 mil em cinco anos. Somando os dependentes, o número de beneficiários pode atingir 2 milhões. A estrutura do plano será aumentada à medida em que ele ganha novos adeptos.