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Saúde mental: Levantamento estuda prioridades regionais

Profissionais da área da saúde, professores de educação especial e membros de entidades organizadas da sociedade civil dos 21 municípios pertencentes à 12ª Regional de Saúde estão reunidos para tratar de saúde mental. O objetivo do encontro, que tem duração de dois dias, é capacitar os profissionais envolvidos para a ampliação da rede de atenção básica em saúde mental.
“Estamos resgatando a reforma psiquiátrica e fazendo um levantamento dos serviços existentes nessa área. A partir destes dados vamos eleger ações prioritárias e elaborar um plano regional em saúde mental”, explica o diretor da 12ª Regional de Saúde, Armando Cerci Júnior. “Buscamos mudar o olhar e dar atenção integral no local onde a pessoa reside, fazendo com que a família também colabore com o tratamento”.
Após a reforma psiquiátrica, que teve início no Brasil no final da década de 70, propondo a construção de uma rede de serviços e estratégias territoriais e comunitárias, profundamente solidárias, inclusivas e libertárias, muita coisa mudou nos tratamentos dispensados aos portadores de transtornos mentais, mas, segundo afirma Cerci, o caminho a ser percorrido ainda é longo.
“A reforma psiquiátrica ainda é incipiente, e esta reunião é muito importante. Infelizmente ainda existem pessoas que estão em seus domicílios, sem receber tratamento”, enfatiza. Hoje Umuarama conta com o Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e o ambulatório de Psiquiatria. Já o Caps AD, voltado aos usuários de álcool e drogas, atende a população dos municípios atendidos pelo Cisa (Consórcio Intermunicipal de Saúde da Amerios).
“Por enquanto apenas Umuarama conta com os Caps, mas nos municípios da região existem as sociedades organizadas que também prestam auxílio”, explica a chefe da Atenção Primária em Saúde e coordenadora regional de Saúde Mental da 12ª RS, enfermeira Evanilde da Silva Rizzieri.
Segundo a coordenadora do Pólo Regional de Saúde, Valdete Sperandio Cruz, as instituições estão formando profissionais baseados no tripé serviço, gestão e informação. “A capacitação deve ser baseada na necessidade e precisamos fazer um trabalho de formação e de construção. É preciso que haja uma mudança de comportamento da equipe para alcançar resultados e sabendo das demandas municipais e regionais poderemos elaborar ações de curto e médio prazo muito mais eficazes”.
Apesar de ainda haver preconceito com os que sofrem de transtornos mentais os resultados dos centros de atenção e ambulatórios psiquiátricos já podem ser notados. “Podemos observar resultados positivos, especialmente de cima para baixo”, comemora.

O que são transtornos mentais?
Os transtornos mentais podem ser classificados como leves, médios e severos e podem acometer pessoas de ambos os sexos, de todas as classes sociais, condições econômicas ou credos. Nos casos em que o diagnóstico for feito precocemente as chances de cura são muito maiores.
“Geralmente os transtornos mentais mais conhecidos são os severos, como a esquizofrenia, e ainda há muito preconceito com relação a este assunto. Porém ansiedade, transtornos de humor ou fobias, por exemplo, são formas de transtorno mental”, explica Evanilde.
Segundo explica Evanilde, os transtornos mentais podem ser decorrentes de traumas e a duração também é variável. “Existem pessoas que ficam transtornadas ou tem crises após uma situação de stress ou perda, por exemplo, e muitas vezes esse transtorno pode ser momentâneo. Isso varia muito de pessoa para pessoa e por isso é muito importante que, quando algum sentimento, seja raiva, tristeza ou ansiedade, passe a atrapalhar as atividades cotidianas a pessoa busque ajuda especializada”, orienta ela.
Existem várias formas de tratamento para os transtornos mentais e o uso de medicamento pode não ser necessário ou ser restrito a um período curto de tempo. Terapias ocupacionais e acompanhamento psicológico também são bastante utilizados no tratamento.