Rio, Os dirigentes hospitalares estão se mobilizando para tentar comover o governo para a grave crise por que passa o setor. Os representantes sindicais da categoria agem junto ao poder legislativo e a Agência Nacional de Saúde (ANS) esperando que seja tomada alguma medida para restabelecer a saúde privada. O presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Município (SINDHRIO), Adriano Londres, lembra que incentivos fiscais e linhas de crédito foram utilizados pelo governo para recuperar outros setores, e quer que medidas semelhantes venham socorrer a Saúde.
A declaração foi dada após uma reunião com a ANS. Para o encontro, a Federação de Hospitais, Estabelecimentos e Serviços de Saúde no Estado (FEHERJ); o SINDHRIO; o Sindicato dos Hospitais, Estabelecimentos e Serviços de Saúde no Estado (SINDHERJ); a Associação de Hospitais do Estado (AHERJ); a Associação de Hospitais e Clínicas do Rio (AHCRJ); e o Sindicato dos Laboratórios de Patologias e Análises Clínicas do Estado (Sindilapac); levaram uma pesquisa feita pelo Ibope que revela os melhores e os piores planos de saúde para os hospitais e clínicas do Estado.
“O ranking divulgado não tem intenção negativa, queremos usá-lo de forma construtiva. Estamos prestando uma informação ao consumidor. No mais, a nossa intenção é discutir o assunto da crise, envolver a sociedade e mobilizar o governo. E a paralisação dos serviços de atendimento médico-hospitalares não está nos nossos planos. O que queremos é restabelecer o equilíbrio entre prestadoras e operadoras e, juntos, superar a crise por que passa o setor”, afirma Londres. “Os hospitais têm dívidas, os planos de saúde alegam dificuldades. E medidas como a que foi dispensada ao setor de energia (linhas de crédito) ou incentivos fiscais, como muitas categorias receberam, poderiam ajudar a levantar o sistema de saúde suplementar”, complementa. São algumas das diversas sugestões que as entidades sindicais têm feito em fóruns, reuniões e debates, pelo País.
No ranking do Ibope, algumas surpresas. Nas piores colocações ficaram grandes planos de saúde, alguns dos mais caros e com maior número de clientes no Brasil. O Sul América, com quem os médicos recentemente andaram paralisando atendimento, ficou em 1º lugar entre os melhores. A Unimed, que ficou muito bem colocada em uma pesquisa de preferência, também recente, realizada pelo Datafolha entre os médicos, foi última colocada (classificada como a pior) na avaliação dos hospitais na pesquisa do Ibope.
Os critérios utilizados foram: glosas, prazo médio de recebimento, reajuste de diárias e taxas, auditoria de contas e recuperação de glosas. Sul América, Mediservice, Omint, Bradesco Seguros e Golden Cross foram apontados como os cinco melhores planos de saúde comercializáveis do Rio de Janeiro, de acordo com a pesquisa, realizada nos meses de setembro e outubro deste ano junto a hospitais privados com internação no município do Rio de Janeiro. Das 100 instituições entrevistadas, 68 responderam os questionários elaborados pelo Ibope, avaliando um total de 44 operadoras. Entre os melhores não comercializáveis, o levantamento indicou BNDES, Fur-nas, Embratel, BR Distribuidora e Petrobras. Entre as piores operadoras de planos comercializáveis, aparecem, nesta ordem, Federação das Unimeds, Unimed Rio, Amil, DIX, e Medial Saúde. Já entre os não comercializáveis, as piores notas foram, nesta ordem, para CAC, Fioprev, CAARJ, Correios e Assefaz.
O estudo, a princípio, não parece revelar problemas com os planos, mas sim uma dificuldade de relacionamento com as entidades hospitalares. O presidente da Unimed Rio, Celso Barros, afirma não ter tido conhecimento prévio das insatisfações e que a empresa está disposta a solucionar as ‘pendengas’ que possam haver. “Não sabemos quais foram os hospitais que deixaram de se posicionar. Pode ser que esses sejam aqueles com que mais trabalhamos. De qualquer forma, é importante que os insatisfeitos se posicionem claramente para que possamos chegar a uma situação mais satisfatória para todos. Estamos receptivos a negociações e não há atrasos de pagamento de nossa parte. Estamos agora reajustando a tabela de diárias e taxas em 10% e queremos prover outras melhoras que sejam necessárias. Nós obtivemos em pesquisa do Datafolha o maior índice de satisfação dos clientes, com 91,4% de aprovação e apenas 1% de reprovação. Queremos que esse bom relacionamento se estenda também às redes credenciadas”, comentou.kicker: Hospitais querem ajuda do governo e divulgam ranking das assistências suplementares