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Caos na saúde pública leva à suspensão no atendimento

Vários hospitais de Cascavel credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS), decidiram suspender, desde ontem, o chamado atendimento eletivo em todo o município. Estão inclusos nesse processo atendimentos ginecológicos, cirurgias ortopédicas, hérnias e diversos outros procedimentos que não integrem o chamado regime de urgência e emergência. A informação foi dada pela secretária Municipal de Saúde, Lilimar Mori. O principal motivo, segundo ela, está relacionado a falta de pagamento das Autorizações de Internamentos Hospitalares (AIHs), por parte do governo do Paraná.
O diretor do Hospital São Lucas, em Cascavel, Nadir Wille, confirmou a informação e disse que a Secretaria Estadual de Saúde estabeleceu um teto financeiro para os hospitais. Afirmou que não há como cumprir todos os compromissos e a saída encontrada foi suspender o atendimento. “Os hospitais não são obrigados a atender pacientes gratuitamente”, disse. “Caso algum hospital eleve as contas acima do teto financeiro estabelecido pelo Estado não vai receber. Por isso decidimos atender apenas os casos urgentes”, disse.
Deixar o SUS
Por causa dessa situação, alguns hospitais chegaram comentam a possibilidade de pedir descredenciamento do SUS alegando que os valores pagos são muito baixos. “Acho que é uma situação bastante delicada que vai prejudicar a população. Hoje existe uma lista de espera de mais de cinco mil cirurgias eletivas que estão suspensas e o número vai aumentar muito com essa medida”, argumentou Wille.
A secretária municipal de Saúde, Lilimar Mori, diz que o problema precisa ser resolvido e que o Governo precisa oferecer alternativas. No próximo dia 4 de maio ela vai se encontrar com secretários municipais de Saúde em um encontro estadual programado para Londrina. “Essa situação vai ficar insustentável. Cascavel, por ser um município de eficiência em saúde terá muitos problemas”, disse Lilimar. Ela defende um entendimento entre a Federação dos Hospitais do Paraná e o governo do Estado, para que o atendimento eletivo volte a ser feito.
Desnecessário
O chefe da 10ª Regional de Saúde, em Cascavel, Vilson Dalmina, disse que não tinha sido comunicado, oficialmente, da decisão de suspender o atendimento eletivo. Afirmou que os hospitais boicotam o atendimento, “mas não divulgam informações à comunidade sobre internamentos desnecessários que oneram o orçamento do Estado”. Segundo ele, existem hospitais fazendo internamento de pacientes com gripe e outros que internam para fazer gesso, sendo que – normalmente – esses são procedimentos de ambulatório.
Dalmina vem conversando com as direções dos hospitais. O maior problema está sendo registrado no Hospital São Lucas, que fazia cirurgias complexas. “Eu já mandei um ofício à Secretaria Estadual de Saúde, pedindo uma reconsideração sobre o repasse àquele hospital”, disse. Segundo Dalmina o Estado possui um grande déficit junto ao SUS e Como não consegue controlar esses desmandos acaba restringindo o dinheiro. Dalmina disse ontem ter atendido uma cirurgia eletiva e disse que os hospitais que não quiserem atender terão que comunicar oficialmente a chefia da 10ª Regional de Saúde, em Cascavel.