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Fechamento de hospitais é problema no PR

Nos últimos 10 anos, mais de 100 hospitais fecharam no PR. E situação tende a piorar, segundo presidente da Fehospar

A notícia do fechamento do Hospital Umuarama, dada em primeira mão pelo colunista Italo, do Ilustrado, despertou a cidade para um problema que atinge quase todo o sistema de saúde no Estado. O alerta é do presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Fehospar), José Francisco Schiavon, que informou sobre o fechamento de mais de 100 hospitais nos últimos 10 anos, no Estado.
“Apesar de toda a luta empreendida pelas entidades representativas do setor de saúde, dentre elas Fehospar, temos assistido ao desaparecimento de hospitais e restrição crescente ao acesso nos serviços públicos pela população”, afirmou Schiavon. Segundo ele, além dos mais 100 hospitais que fecharam no Estado, outros tantos trilham o mesmo caminho, assolados por dívidas e inviabilizados no propósito de oferecer assistência de qualidade e segurança.
Umuarama chegou a ter oito hospitais. Hoje conta com cinco e agora assiste ao desaparecimento do pioneiro Hospital e Maternidade Umuarama, que em 30 de abril, através da diretora Margaretha Rudner, protocolou o pedido de descredenciamento do SUS, cumprindo em 30 de junho a formalidade de 60 dias de aviso prévio. “Apenas quatro hospitais vão continuar atuando em Umuarama e na região o panorama é igualmente sombrio”, destacou o presidente da Fehospar.
Schiavon informou que Cruzeiro do Oeste está prestes a perder o último dos cinco hospitais que já funcionaram na municipalidade. “Nos municípios da região poucos são os que conservam seus hospitais, que deveriam ser tratados como um bem público pelos gestores, que não aplicam na saúde os percentuais previstos na Constituição ou, se o fazem, direcionam para ações questionadas como de efetivo interesse de assistência à saúde”, lamentou. “Ivaté, Alto Paraíso, Icaraíma… a relação é imensa de cidades com hospitais fechados”.
A situação pode ser medida pelo que ocorre no município de Alto Paraíso, desde 1986 sem hospital e com sua população sendo obrigada a recorrer a atendimento em Umuarama. “Desde então, nenhuma criança nasceu na cidade, que perde assim a identidade com o seu povo. As crianças que nascem são contabilizadas como cidadãs umuaramenses”, relatou Schiavon.

Mobilização
Junto com os cumprimentos pela reportagem, ao colunista Italo Fábio Casciola, o presidente da Fehospar, José Francisco Schiavon, enviou materiais sobre o tema, “que fazem parte de nossa mobilização visando assegurar a sobrevivência de nossos hospitais e demais serviços de saúde”.
“Enaltecemos o conteúdo da reportagem, especialmente chamando a atenção para o grave problema e, ao mesmo tempo, citando o trabalho e o esforço empreendido pelos médicos e dirigentes hospitalares na tentativa de fazer o melhor em prol da sociedade local. Assim, nossos cumprimentos também são extensivos a esses profissionais dedicados e que, pelo descaso de nossos gestores públicos, ficam impedidos de cumprir sua missão em prol da população”, completou Schiavon.