A equipe do neurocirurgião Luiz Roberto Aguiar, do Hospital Universitário do Cajuru, em Curitiba, usou pela primeira vez o Neuronavegador Stryker de quarta geração para retirar um tumor do lado direito do cérebro de um paciente de 24 anos. O neuronavegador, produzido pela Stryker, permitiu que a cirurgia fosse orientada de forma precisa por imagens tridimensionais, o que permitiu que a operação fosse realizada em 2h15, em vez das 8 horas que seriam dependidas pelo sistema tradicional.
“O uso do equipamento permitiu reduzir a área de perfuração e garantiu que não fosse afetada nenhuma das chamadas áreas eloqüentes, isto é, o paciente não teve qualquer seqüela, já que pudemos ressecar o tumor com precisão”, explica o médico, que é titular da Cadeira de Neurocirurgia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Afirma o médico que “o Neuronavegador Stryker certamente se tornará um equipamento obrigatório”, e explica que o aparelho tem “software” para neurocirurgia e cirurgia da coluna e um verdadeiro atlas anatômico na memória do sistema.
“O equipamento é abastecido com as informações levantadas através da ressonância magnética e/ou da tomografia”, explica o médico, digitaliza a cabeça do paciente e apresenta no monitor uma imagem em três dimensões que permite ao médico delimitar precisamente as bordas do tumor, definir a menor trajetória para alcançá-lo e indica, a cada segundo, onde o cirurgião está trabalhando.
No caso do primeiro paciente operado, o tumor, um glioma não maligno na área motora, provocava convulsões que, ao terminarem, levavam à paralisia de parte do corpo e à perda da fala, explica o cirurgião. Pela localização do tumor, era grande o risco da operação afetar as chamadas áreas eloqüentes, que respondem pelo movimento e pela fala, provocando seqüelas que a precisão do equipamento impediu que ocorressem.
“É como se fizéssemos a cirurgia orientados por um GPS (Global Positioning System) na cabeça do paciente, que a cada momento mostra o avanço, milímetro a milímetro, e o que estamos conseguindo”, afirma o médico, que tendo se doutorado em Berlim, na Alemanha, já conhecia o neuronavegador, mas nas versões anteriores, muito menos avançadas que o novo equipamento da Stryker. Para ele, a relação custo-benefício do neuronavegador é muito favorável, principalmente quando se leva em conta que o aparelho ajuda a salvar vidas humanas, cujo valor não é mensurável.