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HU estuda pronto-socorro só para casos graves

Representantes do sistema público de saúde de Londrina se reuniram ontem para discutir a implantação de um pronto-socorro referenciado no Hospital Universitário (HU) até o final do primeiro semestre do ano que vem. Segundo o superintendente da instituição, Francisco Eugênio, com a mudança o hospital passará a atender apenas os casos encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Siate, além de pacientes da Central de Vagas.

O restante da demanda seria distribuida entre os quatro serviços municipais de pronto atendimento e hospitais da Zona Norte e Zona Sul. ”A idéia é que o HU receba apenas os casos mais graves”, disse. Para Eugênio, a redistribuição dos pacientes é um dos fatores para amenizar o problema de superlotação enfrentado pelo estabelecimento. A ampliação do pronto-socorro e a contratação de funcionários são outras mudanças citadas pelo superintendente para solucionar a falta de vagas.

De acordo com o secretário municipal de saúde, Sílvio Fernandes, a implantação do pronto-socorro diferenciado vai sobrecarregar os outros serviços do sistema, que precisarão ser preparados para o aumento da demanda. Um dos projetos é a criação de um pronto atendimento na Zona Leste, possivelmente na Unidade Básica de Saúde Armindo Guazzi.

Além disso, ele defende um estudo sobre o fluxo de atendimentos do Samu para avaliar a necessidade de mudanças no serviço. ”O Samu é estratégico”, disse, acrescentando que o atendimento móvel precisa, entretanto, de uma rotina que permita a distribuição correta dos pacientes.

Apesar de se comprometer com a viabilização o pronto-socorro referenciado do HU, Fernandes afirmou que a simples limitação das consultas não vai resolver a superlotação. Para ele, a ampliação da oferta de leitos é fundamental. ”É preciso ter para onde encaminhar os pacientes graves dos pronto atendimentos”, ressaltou.

Também presente na reunião, a diretora da 17 Regional de Saúde, Vânia Gutierrez, afirmou que o órgão vai se articular com os municípios de seu campo de atuação para evitar a busca direta do HU. ”Só serão encaminhados os pacientes que tenham necessidade de tratamento no hospital”. A maior parte da demanda, segundo ela, ficará na cidade de origem.

O promotor de Defesa dos Direitos de Garantias Constitucionais e de Saúde, Paulo Tavares, afirmou que o Ministério Público (MP) poderá acionar o Estado judicialmente para forçar a reposição do quadro de funcionários do HU. Ele considera a medida fundamental para amenizar a superlotação.

No ano passado, o MP instaurou um processo administrativo para investigar as causas da falta de vagas. ”Estamos aguardando o resultado da auditoria (feita pelo Estado) que investiga a defasagem de pessoal”, comentou. Ele apontou, ainda, a necessidade de entendimento entre os gestores dos serviços de saúde para desafogar o sistema. ”O município se prontificou a aperfeiçoar o atendimento primário. Parece que o Estado não tem feito a parte dele”, criticou.

Carolina Avansini
Reportagem Local