Depois de ser acusado pelo prefeito de Cascavel, Edgar Bueno, de cobrar R$ 15 pelas consultas realizadas na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Bairro Interlagos, de omitir socorro, de receitar medicamentos que não constam na lista da Farmácia Básica e de receber por dias não trabalhados, o médico clínico-geral Cláudio Achkar ingressou com uma ação criminal, terça-feira, contra o ato de calúnia, difamação e injúria. Ele quer ser indenizado por danos morais.
O médico providencia agora, auxiliado pelo advogado Anestor Gaspar da Silva, um pedido de reintegração ao quadro de funcionários públicos da cidade. Em coletiva realizada ontem, na AMC (Associação Médica de Cascavel), Cláudio Achkar também procurou se defender das denúncias proferidas por Edgar.
“Fui julgado por uma única pessoa sem qualquer direito de defesa. Além disso, a notícia da minha demissão saiu em Diário Oficial depois de eu ter sido comunicado pelo prefeito diante de câmeras no meu ambiente de trabalho”, lamenta Cláudio. “Eu fui demitido por não comparecer ao local de trabalho e fui acusado de cometer diversos crimes”, comenta.
De acordo com o presidente da Associação Médica de Cascavel, Silmar Ábdo, o processo administrativo envolvendo a denúncia de omissão de socorro por parte de Cláudio Achkar também foi analisado de forma arbitrária por representantes da prefeitura.
PARALISAÇÃO
Terminou ontem a mobilização desencadeada pelos médicos que atuam nos postos de saúde de Cascavel, de 72 horas. A categoria espera receber segunda-feira da prefeitura, uma resposta para as suas reivindicações que se concentram em melhores condições de trabalho, melhores salários e o tempo de serviço.
ABAIXO-ASSINADO
População cobra atendimento
Um abaixo-assinado contendo a assinatura de mais de 100 moradores de Cascavel foi entregue ontem pela manhã à reportagem do Hoje. A manifestação é uma forma de reivindicar maior número de médicos para atuar nos postos de saúde da cidade. As assinaturas foram colhidas nos bairros Consolata, São Cristóvão, Jardim Colonial, Jardim Alvorada, Jardim Canadá, entre outros.
A prefeitura não verificou nenhuma alteração no número de atendimentos prestados à população ontem, em função de ser o último dia de paralisação. Para transportar os pacientes das unidades básicas de saúde até os PACs I e II, a Secretaria de Saúde contou com o apoio de ambulâncias da prefeitura e de alguns veículos da CCTT (Companhia Cascavelense de Transporte e Tráfego). O número de profissionais atuando nos postos de atendimento continuado, também foi reforçado.