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MP pedirá investigação nas contas da Santa Casa

De acordo com comunicado da direção da Santa Casa de Misericórdia à 3ª Regional de Saúde os atendimentos na maternidade serão suspensos a partir de hoje na unidade hospitalar. Mas, o promotor de Defesa à Saúde Pública, Fuad Faraj, deve entrar ainda hoje com ação civil pública na Justiça estadual pedindo a manutenção do atendimento. O promotor anunciou ainda que encaminhará ofício aos governos estadual e federal pedindo investigação nas contas da Santa Casa.
Faraj argumenta que a instituição é a que mais recebe recursos públicos para atendimento gratuito à população. “Não vou descartar inclusive a quebra de sigilo bancário dos membros da provedoria e dos médicos da Santa Casa”, disse o promotor. A Santa Casa organizou uma entrevista coletiva ontem para explicar a transferência dos serviços de ginecologia e obstetrícia para o Hospital Evangélico. O advogado, Emerson Ernani Woyceichoski, colocou à disposição documentos que demonstram as dificuldades financeiras da instituição. Ele frisou que a Santa Casa é uma instituição sem fins lucrativos. Segundo ele, a maternidade da Santa Casa acumulava prejuízo mensal de R$ 54 mil. “Isto não é privilégio da Santa Casa de Ponta Grossa, todas as instituições passam por dificuldades”, disse.
Há cerca de quatro anos os médicos reclamavam da remuneração. Dos 10 médicos que faziam plantão restaram apenas quatro. Eles recebiam R$ 200 por plantão, o que representa um terço do pagamento dos plantonistas de outros setores do Hospital. Isso se explica, de acordo com Woyceichoski, pelo repasse reduzido do Sistema Único de Saúde (SUS).
Antecipação – Durante entrevista coletiva, a Santa Casa expôs que se antecipou à suspensão do atendimento da maternidade. O advogado revelou que em 13 de julho protocolou comunicado à Secretaria de Estado de Saúde informando sobre a possibilidade de suspensão do serviço. “Não tivemos resposta”, declarou. Woyceichoski, que se colocou como porta-voz da provedoria e da direção, informou que a decisão de desativação dos 21 leitos da maternidade não “aconteceu da noite para o dia”. “Nós já vínhamos discutindo as conseqüências e comunicamos o fato à 3ª Regional na terça-feira”, apontou. Ainda na quarta-feira, os representantes da instituição foram chamados à 3ª Regional para uma reunião, onde tanto o órgão representante da Secretaria de Estado da Saúde como o Conselho Municipal da Saúde demonstraram insatisfação com a decisão da Santa Casa.

Governo anuncia verba para gestação de alto risco

– Agência Estadual

O governador Roberto Requião e o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier, entregam hoje, às 11 horas, no Palácio Iguaçu, R$ 2 milhões em equipamentos para atendimento a gestantes e recém-nascidos de alto risco. O objetivo da ação é diminuir os níveis de mortalidade materno-infantil no Estado.
Os equipamentos – berços aquecidos e oxímetros de pulso para monitorização de batimentos cardíacos e aparelhos para a realização de ultra-sonografia – serão repassados para 20 hospitais em 17 cidades de todo o Paraná. Esta é a segunda entrega de equipamentos feitos para o programa de gestação de alto risco da Secretaria de Estado da Saúde. No início de junho deste ano, cerca de R$ 2 milhões em equipamentos também foram entregues para diversos hospitais no Estado.

Evangélico receberá gestantes da Santa Casa

A Santa Casa firmou convênio com o Hospital Evangélico para transferir os atendimentos de obstetrícia. De acordo com o advogado da Santa Casa, Emerson Woyceichoski, os equipamentos serão repassados ao Evangélico. Serão descredenciados os 21 leitos da Santa Casa e aberta a mesma quantidade no Evangélico. Ontem, a diretora administrativa do Evangélico, Rosicléia Simão, informou que deseja que a parceria tenha bons resultados. “Nós temos leitos ociosos, espaço físico ocioso e a nossa vocação é a maternidade”, resumiu. Desde junho de 2002, o Evangélico já concentra os atendimentos de parturientes do Hospital Bom Jesus.
De acordo com Rosicléia, o Evangélico tem capacidade para absorver os cerca de 100 procedimentos até então atendidos pela maternidade da Santa Casa. “Nós só iremos pedir o recadastramento do Evangélico no SUS na 3ª Regional, que se aumentem as Autorizações de Internações Hospitalares (AIH’s) e o teto financeiro”, adianta a diretora.
Alto Risco – A Santa Casa, que é referência no atendimento para gestação de alto risco, irá manter os atendimentos pré-natais nesta área até que o Evangélico tenha estrutura para fazê-lo. O advogado da instituição lembrou também que, a partir de hoje, as parturientes que procurarem a Santa Casa serão levadas de ambulância até o Evangélico para a cirurgia.
– M.G.S.