Devido ao impasse entre os médicos e os gestores de planos de saúde de autogestão, 300 mil usuários já estão sem o atendimento de nove especialidades em Mato Grosso do Sul. Os dirigentes dos planos reclamam da demora dos médicos em analisar as propostas apresentadas há quase um mês, enquanto profissionais de 12 Estados brasileiros já chegaram a um acordo. Em MS, a negociação se arrasta desde dezembro do ano passado.
O entrave só está prejudicando os usuários dos planos, que estão sem atendimento médico dos profissionais nas áreas de ortopedia, urologia, anestesia, otorrino, oftalmologia, cirurgia vascular e angiologia, endocrinologia, cirurgia plástica e cirurgia cardíaca. Os ortopedistas foram os primeiros a suspender o atendimento, em dezembro do ano passado. Os urologistas aderiram em março deste ano.
Foram atingidos pela greve os funcionários do Incra, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Embrapa, Correios e INSS, cujos planos estão organizados através da Unidas. Também foram atingidos os funcionários públicos municipais (IMPCG) e estaduais (Cassems).
Cobrança.
Além de não ter direito ao atendimento, os usuários dos planos de saúde estão sendo obrigados a pagar de R$ 100,00 a R$ 140,00 pela consulta, denuncia o superintendente regional da Unidas, Célio Steves de Souza Cavalcanti. Os profissionais cobram pela consulta como se fosse particular, mas acabam solicitando os exames pelos planos de saúde, o que explica o fato das empresas não terem registrado queda na despesa com assistência médica.
Cavalcanti reclama da demora dos médicos em analisar a proposta encaminhada há 20 dias, que prevê a implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) e o pagamento de R$ 35,00 pela consulta a partir de janeiro/2005. Ele diz que 12 Estados, incluindo Minas Gerais, Goiás, Bahia, já fecharam acordo. Os médicos aceitaram receber R$ 33,60 pela consulta, adiantou Cavalcanti.
Assembléia – O representante da comissão de negociação de honorários médicos, João Batista Botelho de Medeiros, confirmou que o grupo recebeu as propostas. A assembléia para analisá-las só ocorrerá quando todos os planos encaminharem as propostas. Alguns órgãos estariam melhorando a proposta apresentada pela Unidas. Medeiros acredita que a assembléia acontecerá até meados deste mês.