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Mulher rouba bebê dentro de hospital em Goiás

            Um recém-nascido foi raptado na terça-feira (25/04) do Hospital Santa Rita de Cássia, em Planaltina de Goiás (GO), a 80km de Brasília. O bebê, que nasceu na madrugada de segunda-feira, de parto cesariano, foi retirado do berço do quarto quando a mãe conversava com uma enfermeira na recepção. A mulher suspeita de praticar o rapto está presa na 16.ª Delegacia de Polícia (DP), em Planaltina-DF. Ela foi encontrada pelos policiais de Goiás e do Distrito Federal no meio do cerrado, na divisa entre as duas cidades. O menino, embrulhado com um pano cor-de-rosa, tinha sido abandonado próximo ao local onde a mulher foi presa, na DF-128. Ele estava coberto por mato, para não ser visto.

 

            A mãe do bebê, a dona-de-casa Gisele Gertrudes Souza, 24 anos, contou à polícia que a mulher presa a procurou no hospital, apresentando-se como voluntária de uma organização não governamental (ONG). Ieda Lúcia Rodrigues Teixeira, 45 anos, ofereceu ajuda à mãe. Na manhã de ontem, disse que doaria um enxoval, mas que a visitaria no dia seguinte para comprovar se a família era mesmo carente. À tarde, a mãe esbarrou com a mulher novamente no corredor, mas não desconfiou de nada. Só deu falta do filho ao voltar para o quarto. O alerta foi rápido. Ela avisou os médicos, que acionaram a polícia de Goiás. Imediatamente as saídas das rodovias foram bloqueadas.

 

            O pai do recém-nascido, o caseiro Francisco das Chagas Gomes da Silva, 28 anos, estava na chácara em que trabalha quando recebeu o telefonema desesperado da mulher. "Senti um vazio muito grande naquela hora", disse ele ontem à noite, ao prestar depoimento na 16ª DP. O médico David Lima, 34 anos, diretor clínico do único hospital público de Planaltina de Goiás, disse que a criança foi levada dentro de uma bolsa. O rapto ocorreu às 16h, horário de visitas. Breno é o terceiro filho de Gisele. "Agradeço a ação dos policiais, que agiram rápido, senão nunca mais iria ver meu filho", desabafou a mãe.

 

Investigação

 

            Por ter sido encontrado já no território do DF, o bebê foi levado para o Hospital Regional de Planaltina-DF (HRP) e precisará de ordem judicial para receber alta, por não ter registro de nascimento. O caso é investigado pelas polícias de Goiás e do DF. O hospital Santa Rita de Cássia abrirá sindicância para apurar o sumiço do bebê. Para o crime de subtração de criança, previsto no artigo 237 do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), é previsto pena de dois a seis anos de prisão.

 

            Ieda nega ter retirado a criança do hospital. Ela foi encontrada às 18h, andando a pé no mesmo matagal onde o menino havia sido deixado. O bebê foi achado 40 minutos antes. A polícia acredita que ela desceu de um ônibus ao se dar conta da barreira policial na divisa das cidades. Pela descrição dada pela mãe da criança, a raptora usou uma peruca loira com mechas avermelhadas e de cabelos lisos para entrar no hospital. Os cabelos dela são loiros escuros e encaracolados. Ieda será levada hoje ao Presídio Feminino, no Gama.

 

            Em 1986, em Brasília, o roubo de Pedrinho do Hospital Santa Lúcia causou sofrimento aos pais durante16 anos. O bebê foi criado em Goiânia, por Vilma Martins da Costa, como filho legítimo. O roubo do recém-nascido, levado do hospital dentro de uma sacola, foi a forma encontrada pela ex-empresária para forçar o casamento com Osvaldo Martins Borges. Hoje, Pedro Rosalino Pinto Júnior, o Pedrinho, vive em Brasília com os pais verdadeiros, e Vilma está presa em Goiânia.