Entidades ligadas ao setor de planos de saúde começaram a discutir com o governo federal, no fim do mês passado, um documento propondo uma série de mudanças na área para aumentar o número de usuários.
Entre as propostas está a flexibilização de contratos, ou seja, possibilidade de oferecer cobertura menor, com menos tipos de serviço, e preço reduzido para atingir a população de classes C e D. Outra sugestão é retirar da legislação atual a obrigatoriedade de os planos ressarcirem o SUS (Sistema Único de Saúde) quando um usuário da rede particular usar um serviço do sistema público que tenha cobertura garantida em contrato. Essa determinação legal tem sido alvo de ações na Justiça. A redução da carga tributária sobre o setor privado também foi sugerida.
O presidente da Abramge (entidade representante de planos de saúde), Arlindo de Almeida, disse que as primeiras sugestões partiram de associações de Minas, Estado do ministro Saraiva Felipe (Saúde). Em 21 de janeiro, o ministro se reuniu com representantes de operadoras, hospitais e área médica para entregar as propostas. Felipe propôs a criação de dois grupos para avaliar as sugestões. Esses grupos, diz sua assessoria, ainda serão instalados.
O diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Fausto Pereira dos Santos, disse ontem que o órgão é contrário à flexibilização dos contratos e ao fim dos ressarcimentos ao SUS. Já o presidente da Abramge defende mudanças para atrair novos usuários.