Gestores e executivos dos principais setores médicos e hospitalares do país e empresas prestadoras de serviços, estiveram reunidos por cinco dias no Saúde Business Fórum onde, nesta sexta edição, se concentraram no tema “Colaboração na Saúde: Como potencializar novos negócios no setor”. O
Administrando um hospital filantrópico que atende mais de 21 mil pacientes por mês, Marcial conta que um dos principais problemas no relacionamento convênios-hospitais é “a falta de confiança entre as partes”. O diretor relata que muitos hospitais sofrem com glosas (não pagamento de despesas faturadas) dos planos de saúde e que o mercado sabe que muitos planos têm a regra de glosar 10% das contas apresentadas, o que está inviabilizando muitos hospitais, principalmente aqueles que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS) e que tem no atendimento a convênios uma renda que possibilita certo equilíbrio financeiro. A questão se agrava quando “percebemos o movimento dos convênios de reduzir o pagamento por serviços prestados”, fala Marcial.
O grupo propôs, entre outras iniciativas, que os hospitais passem a adotar os protocolos que “privilegiam os resultados sem se importar com o nome ou marca dos equipamentos, material ou remédios”, destaca o diretor, e que “tanto hospitais quanto convênios tenham os mesmos auditores”. Para Marcial eliminando-se a quantidade enorme de auditores que transitam por hospitais e planos de saúde, escalando-se um auditor que possa conhecer os custos dos hospitais e dos convênios, “o grupo de trabalho acredita que possam ser suprimidos vários fatores que provocam as glosas e estremecem a relação entre os dois lados, que precisam ser parceiros, e não estar em posições opostas”. Marcial Ribeiro disse que as propostas do Fórum terão andamento com uma equipe de trabalho formada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), hospitais da Unimed e equipe de profissionais constituída no Fórum. “Enganam-se aqueles que acreditam que esta situação pode perdurar por muito tempo. A questão é emergencial, que não espera 365 dias para resolver o problema. Não havendo um pacto pela saúde, todos sofrerão as conseqüências: hospitais, convênios e a população que não terá onde buscar assistência médica”, desabafa o diretor superintendente do Hospital São Vicente.