O fechamento da Santa Casa de Foz do Iguaçu, na quinta-feira, instalou na saúde pública do município um caos que se alastra para outros hospitais e postos de saúde. O número de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) caiu 50% e as cirurgias não-urgentes estão suspensas. Para contornar o problema, a prefeitura (gestora da saúde pública) está mandando pacientes a outros municípios.
O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Ricardo Foster diz que os leitos diminuíram de 353 para 190. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda dois leitos para cada grupo de mil pessoas numa cidade desse porte, com população de 300 mil habitantes, mas há apenas 0,63. Dos 190 leitos hospitalares, 122 estão no Hospital Costa Cavalcanti e 68 no Hospital Cataratas. Desses, só seis são leitos pediátricos.
Problema para vizinhos
Outro problema gerado pelo fechamento da Santa Casa é a falta de leitos para portadores do vírus HIV e de doenças psiquiátricas. A situação preocupa porque o município atende também as cidades vizinhas e os brasiguaios – brasileiros que vivem no Paraguai. “Já era difícil com a Santa Casa, agora está muito complicado sem ela”, diz Foster. “Nosso temor é que aumentem as internações com a chegada do inverno.”
O Hospital Costa Cavalcanti teve aumento nos serviço de UTI e de partos, que passaram de 200 para 300 por mês. Segundo o diretor, Sandro Scarpetta, o hospital está no limite da capacidade. O Pronto Atendimento Municipal (PAM) também aumentou o número de internamentos. “Quando não há vagas, os pacientes são encaminhados para cidades vizinhas”, diz o responsável pelo PAM, José Maciel Júnior. Os pacientes não podem ficar ali por mais de 24 horas internados porque não há estrutura de hospital.
Para amenizar o problema, a prefeitura começou a reformar na semana passada as instalações do antigo Hospital Internacional, que estava fechado e foi desapropriado pelo município. Também está em fase de conclusão o projeto do Hospital Municipal com previsão para ser entregue em julho. O hospital, orçado entre R$ 3 milhões e 5 milhões, terá 200 leitos.