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Hospitais: Fundo imobiliário financia expansão

 

O Grupo Nossa Senhora de Lourdes, proprietário de dois hospitais na Zona Sul de São Paulo, lançou mão de fundos de investimentos imobiliários para financiar sua expansão sem depender de empréstimos bancários. Ao desmobilizar o capital investido em seus prédios, a empresa ganha fôlego para expandir. A empresa já havia recorrido a uma operação semelhante há seis anos, quando criou o primeiro fundo imobiliário hospitalar para ampliar o Hospital da Criança. O sucesso da primeira iniciativa, no valor de R$ 4 milhões, fez com que o grupo criasse novo fundo, agora no valor de R$ 88 milhões, estruturado pela Brazilian Mortgages, sob a coordenação do Banco Ourinvest.

 

            Dividido em três etapas, o fundo de investimentos imobiliário Hospital Nossa Senhora de Lourdes foi lançado em dezembro último na Bolsa de Valores de São Paulo. "Em apenas dois dias, foram vendidos cerca de R$ 30 milhões em cotas", afirma Rosângela Sinisgalli, diretora comercial da empresa.

 

            O objetivo do fundo é a venda da totalidade do imóvel do Hospital Nossa Senhora de Lourdes. Nesta semana, o grupo fez a oferta pública da segunda etapa, com valor de R$ 35,4 milhões. São 300 mil quotas, ao preço unitário de R$ 118,00, com remuneração prevista de 1,1% ao mês, sem o imposto de renda, decorrente de aluguel pagos pelo hospital, em um contrato de 20 anos, prorrogáveis.

 

            "Os recursos da primeira fase do lançamento foram utilizados para saldar as dívidas bancárias do hospital", explica. Já a segunda fase será utilizada para viabilizar o projeto de ampliação do complexo de saúde com a construção de um novo prédio. A expansão – que receberá investimento de R$ 30 milhões – será feita em etapas. A previsão é de que a primeira torre esteja pronta até outubro de 2007. A segunda fase, de conclusão da segunda torre, deve ocorrer apenas em 2008.

 

            O restante de recursos provenientes da última fase de lançamento das quotas – de aproximadamente R$ 28 milhões – será voltado para investimentos em modernização e compra de equipamentos.

 

            Fundado há 48 anos no Jabaquara pelo médico Cícero Aurélio Sinisgalli, hoje presidente da empresa, o Grupo Nossa Senhora de Lourdes reúne 10 empresas coligadas na área da saúde, entre elas o Hospital Nossa Senhora de Lourdes e a Maternidade e Hospital da Criança, o plano Saúde Medicol (45 mil associados), o Centro de Medicina Integrada (42 consultórios), Interlar Home Care (2,4 mil internações e monitoramentos por ano) e o NSL Núcleo de Desenvolvimento Profissional (450 alunos formados e em formação).

 

            No ano passado, o grupo alcançou faturamento de R$ 185 milhões, 10% superior à receita de 2005 e um Ebitda (capacidade de geração de caixa) de 16,6% sobre a receita bruta.

 

            De acordo com Rosângela Sinisgalli, o crescimento é resultado da nova estratégia de divulgação do hospital, criada em 2005. "Até então, foi o boca-a-boca que tornou a empresa uma referência na região Sul de São Paulo", diz. "Inicialmente fizemos campanhas institucionais para divulgar os serviços do grupo. Agora estamos investindo para mostrar cada unidade, a começar pelo Hospital da Criança." Hoje, 2% de seu faturamento é voltado para as ações de divulgação.

 

            Para 2007, a meta é ultrapassar a barreira de R$ 200 milhões de faturamento, com previsão de investimentos da ordem de R$ 10 milhões. Além da ampliação do hospital geral, que receberá R$ 4 milhões, serão investidos mais R$ 1,7 milhão no Centro de Diagnóstico, R$ 1,8 milhão na Angiodinâmica (3 mil exames e procedimentos por ano), R$ 700 mil no Lithocenter (5,4 mil procedimentos urológicos por ano) e R$ 1,7 milhão no Hospital da Criança.

 

            Para crescer e dobrar a capacidade de atendimento, o Nossa Senhora de Lourdes vai expandir sua área para 23 mil m², sendo 12 mil m² do novo prédio, além da reforma de 11 mil m². As obras de ampliação, que já começaram, serão desenvolvidas durante dois anos.

 

            A meta da empresa é aumentar a capacidade de atendimento, hoje com ocupação saturada de 80% a 90%, dos leitos. "Faremos incrementos na área de hotelaria, para obter uma diferenciação nos padrões dos apartamentos, já que os hospitais atendem a diversos públicos", comenta a executiva. Com isso, o Grupo Nossa Senhora de Lourdes ficará com uma capacidade operacional de cerca de 400 leitos. Serão 150 apartamentos e 17 salas de cirurgia; hoje são apenas sete.